sexta-feira, 26 de setembro de 2008

YOU TOO


E passou tão rápido, quando quatro adolescentes de Dublin resolveram montar uma banda. Jamais poderiam imaginar o sucesso que seria. Há quem diga, que o U2, é uma banda global pelo enorme sucesso. Também existe gente dizendo que estes irlandeses podem ser considerados como a maior banda de rock de todos os tempos!
A capacidade do U2 em emocionar seus fãs vai extrapolando todas as barreiras, e cada dia que passa, mais adeptos a esta religião surgem prontos para numa corrente mudar o mundo. Desde cedo, no início da banda, o U2 vem sendo uma banda diferenciada, com uma proposta sonora simples e objetiva e com uma composição, um tanto, fora dos padrões. Sem levantar polêmicas, estes rockeiros semeiam o bem por onde passam.
Falando em bandeiras, a música não limitou este grupo, que sem medo ou pudor, vem desbancando os "proprietários do mundo", cobrando o perdão das dívidas dos países mais pobres. Assim como a árdua luta contra a fome, e também pela qualidade de vida das crianças de todo o mundo. Fora a propaganda contra a guerra, onde a paz é estimulada e a convicção de que a violência só gera violência , é proposta a cada um que esteja num de seus shows. O U2 também tem uma crítica afiada, ao que a mídia do entretenimento tem a oferecer, e eles servem como uma luz na escuridão, para dar uma nova oportunidade de visão, aos cegos desta era.
O envolvimento com a religião, a posição política definida e todo o engajamento por justiça social, através de ações humanitárias, tornam o U2 a grande banda deste novo século. Os temas decorrentes de suas vivências, as vezes dificultadas por tanta intolerância religiosa, de seu país de origem, serviu como grande influência para que em suas letras isso pudesse se tornar música, externando uma oposição viceral ao ódio e preconceito.
O U2 também tem em suas letras, fatos marcados pelo amor, seja na perda de um familiar, ou simplesmente em um amor não bem sucedido. Podemos observar, que o comportamento fora dos palcos é extremamente diferente. Não há envolvimento com drogas, não há escândalos com prostitutas ou problemas com a polícia. Isso tudo confirma não uma projeção de perfeição, mas de um caráter um tanto incomum nos dias de hoje.
Larry, Adam, Edge e Bono estão completando neste mês de setembro 32 anos de banda. Eles gravaram diversos álbuns, fizeram várias turnês, gravaram alguns dvds. E até hoje continuam produzindo músicas novas. O que esperar de uma banda que vem sempre inovando e surpreendendo a todos?
Seus diversos hits vão ecoar nas vozes de milhares de fãs pelo planeta. Pela sinceridade e honestidade contida em cada verso. Mas a sua mensagem central, esta sim, estará transformando vidas e contagiando amor para quem quiser e estiver disposto.
O U2 seria como exemplo de uma igreja intinerante, onde o cerne da cruz, pode não ser pregado através de palavras, mas sim, de atos...
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David Azevedo

GALHOS SECOS (original)


Uma das canções mais marcantes na minha vida!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O Comunismo familiar.


“A revolução é necessária e urgente” talvez uma frase solta e perdida num ambiente que poderia ser mais aterrorizador através de décadas passadas. Anita Leucádia Prestes, filha de Luiz Carlos Prestes e Olga Benário, conhecedora da causa e sobrevivente, sem pudor afirmou que a revolução é necessária e urgente.

Tanto Prestes quanto Olga, podem se orgulhar do resultado de um amor inevitável e impossível. Este casal que abalou as estruturas militares neo-políticas no Brasil. Sofreram com a falta de democracia e direitos absolutos, assegurados por leis internacionais (que até o momento não existiam). A saga do casal comunista, não teria outro fim. Tortura, sofrimento e dor. Lágrimas poderiam não fazer parte deste enredo. Eles não teriam esse luxo de poder chorar!

Olga extraditada ao seu país de origem, a Alemanha. Já teria seu destino traçado, afinal, o nazismo pouco se importava com quem não poderia "acrescentar". Prestes, teria o direito a vida, trancafiado numa cela qualquer no Brasil, teria um pouco mais de "dificuldade" para morrer.

Anita Prestes, nasceu em solo alemão e logo após o período de amamentação, foi transferida para uma creche, ou para ser adotada, ou quem sabe, ser vítima de experiências da "medicina experimental" nazista. Mas, sua dupla cidadania foi o ápice de uma esperança para que a história continuasse, Brasil e Alemanha, jamais criariam alguém tão marcante e símbolo de uma luta quanto Anita.
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No Brasil, Anita Prestes graduou-se, em 1964, em Química Industrial pela Escola Nacional de Química da antiga Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 1966, em plena ditadura militar, obteve o titulo de mestre em Química Orgânica.
No início da década de 70, Anita exilou-se na extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Em agosto de 1972, ela foi indiciada em virtude da militância política. Julgada à revelia em julho de 1973, Anita foi condenada à pena de quatro anos e seis meses pelo Conselho Permanente de Justiça para o Exército.

Em dezembro de 1975, Anita Prestes recebia o título de doutora em Economia e Filosofia pelo Instituto de Ciências Sociais de Moscou. Quatro anos depois, em setembro de 1979, a Justiça extinguia a punibilidade da sentença que condenou Anita à prisão, com base na primeira Lei de Anistia no Brasil.

Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense, título concedido em janeiro de 1990, Anita Prestes foi professora de História do Brasil no Departamento de História da UFRJ, cargo conquistado por meio de concurso público em 1992 e do qual se aposentou em 2007.
Wikipédia

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Hollywood, heróis e fé.



As histórias em quadrinhos não são maniqueístas, o herói podia acabar com o vilão na hora que bem quisesse, mas ele alimenta a esperança de redenção e justiça.
Por Nataniel Gomes
Hollywood já descobriu há muito tempo que as histórias em quadrinhos têm um público fiel de ardorosos fãs e um potencial cinematográfico fantástico. Quem não se lembra, por exemplo, dos verdadeiros blockbusters baseados em quadrinhos como Superman, com Christopher Reeve, e Batman, estrelado por Michael Keaton? Recentemente, o público pôde ver nos cinemas as trilogias do Homem-Aranha e dos X-men, os dois filmes do Quarteto Fantástico, Hulk, O Justiceiro, A volta do Superman, Homem de Ferro, Demolidor, Motoqueiro-Fantasma... Além de mais um filme do homem-morcego e um solo de Wolverine. Mas o que isso tem a ver com o Cristianismo? Muito. Afinal de contas, o ponto em comum de todos esses filmes é a eterna luta entre o Bem e o Mal, protagonizada desde o início dos tempos entre as hostes celestiais e as forças das trevas. Na verdade, as histórias em quadrinhos não são maniqueístas, o herói podia acabar com o vilão na hora que bem quisesse, mas ele alimenta a esperança de redenção e justiça.
Desde a década de 1960, quando começaram a surgir num contexto de profundas transformações sociais e comportamentais, essas histórias trouxeram personagens cheios de contradições como qualquer ser humano, com suas angústias e desafios. Vejamos alguns casos recentes que o cinema retratou: Homem de Ferro – Tony Stark é um multimilionário da indústria armamentista que se torna vítima das próprias armas que constrói e vende pelo mundo. Quando isso acontece, descobre que precisa mudar de vida e assume seu papel na luta contra a violência. Torna-se um mocinho, mas, a exemplo de Paulo, tem o seu “espinho na carne” – ferido em um atentado, precisa ficar constantemente ligado a um aparelho que o mantém vivo. E ainda enfrenta as constantes tentações do álcool e das mulheres.
X-Men – Os protagonistas são seres humanos que nasceram diferentes dos demais. Por isso, são perseguidos e discriminados como se fossem animais. Surgem então dois caminhos para os mutantes: ajudar a humanidade, como propõe Charles Xavier, o líder dos X-Men, ou simplesmente exterminar o homo sapiens, a sugestão de Magneto. As analogias estão ligadas ao momento de criação dos personagens. Charles Xavier representa o ministro batista e defensor dos direitos humanos Martin Luther King Jr, e Magneto encarna o perfil de Malcolm X, ativista que defendia uma luta armada.
Demolidor – O jovem Mathew Murddock perde a visão em um acidente, mas consegue potencializar seus outros sentidos e se torna um advogado (afinal, a justiça é cega, mas ele vê o que ninguém consegue enxergar). Cristão praticante, ele se veste como um demônio para atemorizar os criminosos.
Quarteto Fantástico – Mostra um grupo de amigos que sofre os efeitos de uma tempestade cósmica e desenvolvem super-poderes: força, elasticidade, invisibilidade e transformação em fogo. Mesmo possuindo dons diferentes e necessários para salvar o mundo, eles vivem brigando entre si, como fazemos em nossas igrejas.
Superman – Enviado a este mundo por seu pai, ele é adotado por um casal, dedica sua vida a salvar pessoas e cumpre uma vocação para praticar o bem. Isso lembra alguma coisa? Embora criado por judeus, o personagem retrata a figura messiânica de Jesus de forma bela, certamente de maneira inconsciente. É por isso que o autor de Eclesiastes diz que Deus colocou a eternidade no coração do homem.

A caneta que cura.

Philip Yancey escreve para salvar seu passado – e o futuro de outros.


Tim Sttaford

Conheci Philip Yancey quando ambos tínhamos 22 anos. Éramos ambos editores recém-formados na revista Campus Life, de Youth for Christ [Mocidade para Cristo]. Ele era de altura mediana, sem nenhuma gordura em seu corpo e tinha um cabelo enrolado numa espécie de loiro afro. Magro, embora não atlético, possuía toda a energia necessária. Ele chegou ali vindo de uma criação fundamentalista na Georgia, através do Columbia Bible College e do mestrado no Wheaton College. Sua mãe o criou como mãe solteira enquanto ensinava turmas de escola bíblica; Yancey cresceu pobre, em um trailer, junto com o irmão. Ambos foram criados para tocar piano e apreciar música clássica, de que, aliás, Yancey gosta até hoje. Eles aprenderam a trabalhar duro e a respeitar autoridades – e, mais ainda, aprenderam o Cristianismo fundamentalista. Nada importava muito, comparado a isso. Muitos se esquecem da infância fundamentalista, mas Yancey não foi um destes. Ele absorveu o caminho estreito, sua mentalidade rígida e sua forte e brava abordagem da verdade. E depois a rejeitou. Quando o conheci, ele havia escapado deliberadamente do fundamentalismo, mas isso já seria outra história...
Philip Yancey havia deixado aquele mundo, mas não penso que saiu ileso. A força do fundamentalismo é sua pressão e pureza. Fundamentalistas sabem no que acreditam e são firmes em promover sua crença. Geralmente, eles podem dizer o que você pensa também; muitas vezes, são melhores em definir e criticar as posições dos outros do que em ouvir sobre como os outros os entendem. O que parece permanecer com os ex-fundamentalistas são os princípios, a vontade de lutar pela verdade e também uma forte reação à sabedoria rígida da mente dos fundamentalistas. Pelo menos é o que vejo em Yancey: um poderoso senso de honestidade e idealismo, e resistência sobre fazer julgamentos. Em Wheaton, aquele que logo seria um dos mais celebrados escritores cristãos trabalhou para reconstruir seu mundo, procurando limpar-se das características fundamentalistas enquanto preservava (e descobria) a fé genuína e honesta.
A bem da verdade, Yancey havia chegado ao Wheaton College a fim de preparar-se para o campo missionário, em parte porque seu pai, falecido em decorrência de pólio quando os filhos eram crianças, havia planejado ser missionário. Quem conhece Philip Yancey sabe que o que ele planeja fazer, faz. Campus Life, no entanto, foi um acidente, e não algo planejado. Ele precisava de um emprego enquanto freqüentava a escola e a revista lhe ofereceu esta oportunidade. A publicação era praticamente toda escrita pela equipe. O trabalho de um editor era, mais do que qualquer coisa, escrever. Tornou-se óbvio imediatamente para Harold Myra, nosso chefe e mentor, que Yancey era um talentoso e ativo escritor. Foi um achado para a revista – da mesma forma, um achado para ele.
Esclarecido, cheio de vitalidade e criativo, Yancey teria sido bem-sucedido em qualquer coisa. Seria, sem dúvida, um ótimo missionário. Mas o ato de escrever deu a ele a oportunidade de colocar sua energia e sua inventividade em prol de seus ideais e princípios. Durante os anos em que trabalhei na Campus Life, nunca o vi esquecer um só detalhe. Ele era perfeccionista e determinado; tinha uma personalidade controlada e dirigida, que o levava a mergulhar sem reservas em tudo o que fazia. Mas era muito mais compreensivo do que a maioria dos perfeccionistas. Acho que o levei à loucura com os meus esquecimentos, mas raramente ele se mostrou impaciente. Suspeito que isso se deva ao seu passado fundamentalista. Simplesmente, ele não queria julgar os outros e machucá-los como os outros o haviam ferido. Seus escritos melhoraram de forma incrível ao longo dos anos. Não me lembro de nenhum sinal, nos primeiros anos que trabalhamos juntos, de que ele seria um artista com as palavras, um escritor capaz de nos encantar.
Philip Yancey é autodidata. Todos os seus melhores escritos são marcados por uma observação precisa e pelo cuidado ao chegar a conclusões. Com humildade, convida seus leitores a acompanhá-lo numa jornada de aprendizado, também trilhada por ele. Sim, Yancey continua sendo um missionário em seu coração. Ele quer mudar vidas. Desde que o conheço, ele está voltado a pessoas sofredoras. Compartilha suas experiências através de cartas e conversas. De alguma forma, as pessoas reconhecem esta sensibilidade nele – tanto que começou a receber uma quantidade enorme de confissões, mesmo antes de ser um autor conhecido. As pessoas o procuram para falar sobre sua dor. Alguém disse um dia que escrever começa com uma dor de cabeça. No caso de Yancey, começou com uma dor no coração. Alguns de seus títulos dão bem a idéia disto: Onde está Deus quando chega a dor? e Decepcionado com Deus. Por outro lado, sua visão mais concreta e positiva da fé pode ser vislumbrada em obras como Maravilhosa graça, O Jesus que eu nunca conheci e Aliviando a bagagem, entre tantos outros.
Dois lugares foram de grande importância na vida de Yancey. No fim dos anos 1970, ele e sua mulher, Janet, mudaram-se para Chicago. O trabalho dela no centro de idosos da LaSalle Street Church envolveu o casal em uma igreja histórica. LaSalle era uma congregação que acreditava no Evangelho e aceitava pessoas problemáticas da forma que chegavam. A comunidade mostrava preocupação tanto com o corpo quanto com a alma. E lá, o escritor podia ser ele mesmo; até dava aulas na escola dominical. Como ex-fundamentalista, Yancey estava ressabiado com a Igreja, mas LaSalle o trouxe de volta. Ele descobriu que poderia ser parte do Corpo de Cristo – seus dons seriam bem-vindos e honrados.
Acontece que Chicago era muito mais do que aquela igreja. Os Yancey mergulharam na complicada cultura das grandes cidades, com todas as suas coisas boas e ruins – a magnífica Sinfônica local, por exemplo, ou o beisebol apaixonante do Chicago Cubs. Havia também aglomerações, violência urbana e grandes restaurantes. Tudo muito diferente do que havia na sua Geórgia, mas ele se adaptou àquele ambiente cosmopolita. Ainda assim, uma grande parte de Philip Yancey estava radicalmente insatisfeita em Chicago. É que ele precisa da natureza, assim como o violino precisa de um arco. Portanto, nos últimos 15 anos, o casal vive no Colorado, em uma situação oposta à de Chicago – sem grandes concertos ou estádios de beisebol, mas também sem mendigos ou crimes. Há poucos restaurantes, mas eles têm as montanhas. E, em 2007, Yancey alcançou um objetivo importante para ele (e objetivos sempre são importantes para Philip Yancey): escalou o último dos 54 picos mais elevados do Colorado. O alpinismo é para ele apenas recreação, mas superar os obstáculos da subida o ajuda a avaliar tanto a beleza das montanhas quanto a capacidade de sua força de vontade.
A mesma tenacidade ele carrega para as letras. Escrever é sua vocação, e ele a exerce com muita seriedade. Eu confesso que apenas gosto de escrever. Poderia escrever sobre quase tudo; minha paixão é escrever da forma mais artística e articulada possível. Se eu disser ao leitor algo que ele não sabia, então considero meu trabalho feito. Mas, Philip Yancey, não. Ele escreve para curar. Por vezes, retoma a semente de seu passado fundamentalista – as Boas Novas para os que sofrem e estão perdidos – e está determinado a transmitir essa mensagem. Apto, como qualquer perfeccionista, a se auto-condenar, ele carrega uma alarmante mensagem que ainda sente dificuldade em aceitar: a de que Deus nos ama! O dom especial de Philip Yancey é o de comunicar a graça aos que sentem dor, e o faz aproximando-se deles gentilmente, e não empurrando palavras com força. É claro – todos experimentaram a dor. Portanto, de alguma forma sua mensagem é universal. Ainda assim, a resposta visceral vem dos cristãos machucados pela vida, feridos pelas falhas das igrejas. Gente que questiona se Deus pode cuidar deles enquanto permite que sofram desta maneira. Philip Yancey entende a dor. E trabalha duro, tremendamente duro, para, através de sua caneta, transmitir uma mensagem simples: a do amor de Deus.
(Tradução de Karen Bomilcar)
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