quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Você conhece Udora? Então segue a dica...

A história começa no Brasil, num ponto que se tornou referência para todos da banda - Rock in Rio, o maior festival de musica já feito na América do Sul. O Udora (ainda sob o nome Diesel) participou de uma "batalha de bandas" na qual disputou com 1500 outros artistas o prêmio principal, que seria tocar para 250.000 pessoas na noite final do festival.
A grande exposição obtida possibilitou uma turnê de muito sucesso, através da qual a banda vendeu 10.000 CDs lançados de forma independente, ao longo de 150 shows por todo o território brasileiro.Logo depois a banda mudou-se para os Estados Unidos, ao desembarcar em Los Angeles, Califórnia, com as roupas do corpo, 700 dólares na carteira e alguns equipamentos. Com o pouco que tinham, compraram uma velha van, equiparam-na com um velho colchão encontrado na rua, e essa passou a ser a moradia da banda, sempre na esperança que dias melhores viriam.Com toda a dificuldade encontrada, o Udora fez inúmeros shows por todo o território americano, sempre tentando absorver as muitas nuances e sutilezas da cultura, sempre com a preocupação de não abandonar suas raízes.
Tudo começou a se encaixar quando muitos fãs começaram a se identificar com a musica e historia do Udora, manifestando sua admiração em shows, lojas de discos, Internet e até nas ruas.Durante 5 anos nos EUA, o Udora criou oportunidades para trabalhar com alguns dos mais respeitáveis veteranos da cena musical.
A banda fez turnês por todos os Estados Unidos, totalizando mais de 150 shows ao todo, com bandas de gravadoras major como Jerry Cantrell, Mad At Gravity, Maxeen, The Bronx e gravou com produtores renomados como Matt Wallace (Maroon 5, Faith no More, Train), Gavin Mackillop (Toad the Wet Sprocket, Goo Goo Dolls), Bob Marlette( Black Sabbath , Seether, Ill Nino) e Thom Russo (System of a Down, Johnny Cash, Audioslave). Todo esse trabalho culminou com o lançamento do álbum Liberty Square em 2006, álbum refinado e bem produzido, que mostrava todo o amadurecimento e evolução da banda.
O Liberty Square recebeu inúmeras resenhas elogiosas de revistas especializadas e websites de grande porte e ajudou a consolidar o nome da banda perante à milhares de fãs de música.2007 tem sido um renascimento para a banda. De volta ao Brasil, o Udora se propõe a cantar em português, com o intuito de promover e estabelecer o entendimento total com o público de seu país natal. A banda agora projeta levar sua mistura única de rock, punk, pitadas de MPB e letras introspectivas para grandes platéias no Brasil. Esse desejo é refletido em cada uma das novas canções, que farão parte do novo disco, Goodbye Alô, disponíveis no site oficial www.udora.com. A proposta sonora original continua, ao ouvirmos o peso habitual, a característica pop e a já conhecida assinatura melódica das composições.
Já com uma música de sucesso nas rádios de BH, Por Que Não Tentar De Novo, o Udora se encontra em fase de finalização de seu novo CD, Goodbye Alô, que tem previsão de lançamento para Outubro de 2007."As perspectivas que nos guiam mostram os caminhos. O resultado final é o que sempre temos em vista, mas apreciar o "durante" e a lição mais importante. A estrada a ser percorrida pode ser tanto desagradável quanto iluminadora, e para conquistarmos as metas que estabelecemos, temos que estar focalizados também na jornada e não somente no destino", diz Gustavo.
O Udora apresenta um som original, de caracteristica primal e refinada, que se encaixa perfeitamente na cena do Rock moderno atual. Com apresentações ao vivo que são descritas como "explosivas e reveladoras", o Udora esta determinado para finalizar mais uma jornada, com o intuito de se lançar na direção de outras muito maiores.
www.udora.com.br

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Vamos falar sobre COEXISTÊNCIA...


A Coexistência é mais do que um conceito e mais do que uma idéia bem aceita para a nossa cultura global. Ela envolve mudar as nossas vidas e desafiar a nossa maneira de pensar. A Coexistência não é necessariamente aprender a viver junto, mas talvez aprender a viver lado a lado. Muitos de nós têm esperança de uma existência pacífica, mas infelizmente todos os dias ainda há violência e terrorismo contra pessoas inocentes em muitos cantos do mundo. As pessoas sensatas deveriam receber a mensagem de coexistência e levá-la em seus corações e mentes.
A exposição é uma tentativa pioneira de apresentar a difícil busca por uma solução. Ela não traz soluções políticas, mas faz um apelo às pessoas pelo diálogo. O mundo em que nós vivemos hoje precisa de muita boa vontade e amor. A pobreza e a riqueza extremas existem lado a lado com uma grande disparidade. A hostilidade e a desconfiança crescem do outro lado das cercas que as pessoas constróem. Faríamos bem em aprender a apoiar ao invés de enfraquecer um ao outro e aprender a entender as diferenças entre nós e estimar e valorizar essas diferenças. Nos dias de hoje, é muito importante que uma voz lúcida clame por um diálogo lógico e sábio, e ao mesmo tempo rejeite todas as formas de violência.
A mensagem de tolerância e compreensão precisa ser ouvida em cada canto do mundo e em todos os locais possíveis. Especialmente em épocas de sofrimento e fúria, todos nós precisamos ser o coração e a voz daqueles urgindo por diálogo e um retorno à discussão. As pessoas constroem muros para se proteger. Porém, mais do que isso, algumas vezes precisamos nos proteger de nós mesmos. Estamos ainda mais preocupados com os muros que as pessoas constroem em seus corações, muros que são construídos nos corações das crianças, muros mentais que são construídos em momentos de medo e provocação; serão necessários muitos anos de educação e muito esforço para destruir esses muros.
Nós nos perguntamos como chegamos nesse terrível ponto - tanto aqueles que estão vivendo os conflitos quanto aqueles que assistem de fora e não entendem. O que acontece hoje em todo o mundo é um ciclo que não pode ser quebrado sem líderes corajosos e motivados que precisam resolver os problemas com generosidade, compreensão mútua e não-violência.
O que precisamos hoje em muitos lugares no mundo é mais consideração, carinho, humildade e amor. Não podemos continuar a educar as gerações futuras com base na diferença. Não podemos permitir que mal-entendidos triunfem sobre a percepção e compaixão dentro de nós. Temos que ter esperança e agir, cada um de nós e todos nós juntos. Se cada um, à sua maneira, pensasse sobre como pode contribuir, mesmo que de forma pequena, mas significativa, para a mensagem de que todas as pessoas são iguais e responsáveis pelas outras, haverá uma manhã em que acordaremos em um mundo melhor.
Queremos acreditar que esta exposição será catalisadora do pensamento positivo, que irá contribuir com energia positiva para as pessoas que serão estimuladas a agir com moderação, compreensão e consideração em relação ao outro. Tenhamos esperança de que nossa modesta contribuição a esse esforço fará diferença. Os promotores desta exposição são artistas que se juntaram de todas as partes do mundo para expressar seus sentimentos e seu desejo de influenciar através de sua arte. Esta exposição que está caminhando de cidade para cidade em todo o mundo está tentando melhorar as relações entre as pessoas.
Temos esperança de que a arte fará sua contribuição para a preservação de nossa sociedade e para a melhoria das relações humanas em todo o mundo. Nós nunca sabemos ao certo o quanto a arte contribui para a opinião pública e como influencia os pensamentos individuais. Esta exposição pretende enfatizar de forma criativa a arte de coexistir. Aqui nós vemos a arte como uma linguagem sem fronteiras. É, portanto, universal e fala para todas as idades, religiões e nacionalidades.
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Preciso falar alguma coisa ???

sábado, 22 de setembro de 2007

Loucura

Até onde vai esse sentimento que beira a insanidade? Ainda mais insano é pensar que sentimento seria esse. Viver é sentir e por isso vos digo Senhores leitores que a maior de todas as loucuras é a vida. Ser louco é ser inconsciente, porém a consciência é racional e a vida não se restringe a razão. Foi isso mesmo que você entendeu, faltou espaço pra coerência dos lúcidos! Estão mesmo todos fora de suas faculdades mentais. Idéias intensas de logro corroem até a mais ímpeta e genuína alma e o desejo do incerto é forte demais para pensar no que é certo ou errado, bom ou ruím. ''Oh come on Marianne the sun sets in your eyes" Aprecie a vida e não limite seus desejos, descontrole suas vontades e não domine sua raiva por que só conseguimos o mínimo do que se vale a pena ter.
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Gostaram ? Eu também ... Então, tem muito mais nesse link:

http://www.marianneviana.blogspot.com/

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Você sabe o que é o Ecumenismo?

Ecumenismo é o processo de busca da unidade. O termo provém da palavra grega "oikos" (casa), designando "toda a terra habitada". Num sentido mais restrito, emprega-se o termo para os esforços em favor da unidade entre igrejas cristãs; num sentido lato, pode designar a busca da unidade entre as religiões ou, mesmo, da humanidade. Neste último sentido, emprega-se também o termo "macro-ecumenismo".


Assim, ecumenismo é um assunto fascinante e desafiador. Sabemos que discutir a questão ecumênica requer, antes de tudo, despir-se de preconceitos ou qualquer outro tipo de resistência. Mas, acima de tudo, precisamos ser sinceros e claros em nossas convicções e posições. Para os cristãos protestantes fundamentalistas (os que crêem na Bíblia literalmente), o ecumenismo cumpre perfeitamente as profecias bíblicas no livro do Apocalipse que prevê o seu líder - o falso profeta - que levará a humanidade a aceitar o Anticristo que está por vir. (Apocalipse 13.11-12)


As questões que nos vêm à mente são: Qual é a proposta? Quem está propondo? Quais os fundamentos da proposta? Os grupos envolvidos estão de acordo com as bases do autêntico Cristianismo? Há alguma ameaça à preservação da centralidade de Cristo em nossa experiência pessoal?


Dicionário Aurélio define ecumenismo como movimento que visa à unificação das igrejas cristãs (católica, ortodoxa e protestante. A definição eclesiástica, mais abrangente, diz que é a aproximação, a cooperação, a busca fraterna da superação das divisões entre as diferentes igrejas cristãs.



Atualmente, o termo tem um significado estritamente religioso, apesar do seu contexto histórico abranger os aspectos geográfico, cultural e político. Numa edição especial, a revista Sem Fronteiras (As Grandes Religiões do Mundo, p. 36) descreve o ecumenismo como um movimento que se preocupa com as divisões entre as várias Igrejas cristãs. E explica: Trabalha-se para que estas divisões sejam superadas de forma que se possa realizar o desejo de Jesus Cristo: de que todos os seus seguidores estivessem unidos, de assim como Ele e o Pai são um só.
Independente da definição, o objetivo da Igreja Católica romana, exposto no livrete "O Que É Ecumenismo"?, é buscar uma aproximação, o que muitas vezes dá a impressão de que o objetivo do movimento é acabar com as outras igrejas para formar apenas uma. E, principalmente, que na nova Igreja todos se submetem a uma só autoridade eclesiástica. Mas, na verdade, não é exatamente esta a proposta. Por isso, é importante entender a questão mais profundamente.
Em defesa do ecumenismo

(wikipédia)

terça-feira, 18 de setembro de 2007

A regra do amor.

A regra para todos nós é perfeitamente simples. Não fique aí perdendo o seu tempo para pensar se “ama” ou não o seu próximo; aja como se você já o amasse. Pois, assim que fazemos isso, acabamos descobrindo um dos maiores segredos da vida. Quando você age como se amasse alguém, acaba por amá-lo de verdade. Se você ofende alguém de quem não gosta, acaba gostando dele muito menos ainda. Se você lhe der uma boa resposta, vai desgostar menos dele. É claro que existe uma exceção a essa regra. Se você lhe der uma resposta gentil, não para agradar a Deus e obedecer à regra da caridade, mas para lhe provar que é um cara legal e capaz de perdoar, colocando-o em dívida com você, e depois sentar-se e esperar que ele demonstre sua “gratidão”, provavelmente acabará ficando desapontado. (As pessoas não sob bobas; elas detestam qualquer tipo de exibição ou tentativa de autopromoção.) Mas sempre que fazemos o bem a outro ser humano só porque se trata de outro ser humano criado por Deus (como nós mesmos), desejando a felicidade dele da mesma forma que desejamos a nossa, é provável que tenhamos aprendido a amá-lo um pouco mais ou, pelo menos, a desgostar dele um pouco menos..
C.S. LEWIS no livro “Cristianismo Puro e Simples” o mesmo autor do livro transformado em filme “As Crónicas de Narnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”

FREE HUGS. Um abraço forte pode prolongar a vida.

"Estudos mostram que o simples ato de abraçar um parceiro diminui a pressão sanguínea, o batimento cardíaco e o nível de hormônios ligados ao stress. A sensação na pele quando somos abraçados passa emoção e aconchego para todo o corpo.
Primeiro, o toque sensibiliza todas as células e dá um arrepio. Depois, quando os braços da outra pessoa nos envolvem, com um pequeno aperto, o sentimento se multiplica e leva alívio para a cabeça e para o coração.
Um estudo da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, publicado no Psychosomatic Medicine, mostrou que o contato físico, como um abraço, pode aumentar a longevidade. As descobertas sugerem que uma relação forte e duradoura pode proteger contra futuras doenças cardiovasculares, além de fazer bem para a saúde em geral.
O motivo é que ficar em contato com um parceiro diminui a pressão sanguínea e o batimento cardíaco. Uma das pesquisadoras, a psiquiatra Karen Grewen, comprovou que os níveis de cortisol e de norepinefrina, hormônios do stress, foram reduzidos após um abraço. Além disso, o nível de oxitocina, um importante hormônio ligado à fidelidade, aumentou.
Na pesquisa, 28 casais, de 20 a 49 anos, que se relacionavam havia pelo menos um ano, conversaram sobre os momentos felizes. Depois, assistiram a um filme romântico e, alguns minutos mais tarde, se abraçaram.
Segundo o psicoterapeuta do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, Eduardo Ferreira Santos, o aumento de oxitocina depois de um abraço chama a atenção. Ele conta que trabalhos recentes mostraram, em animais, que o hormônio é responsável pela manutenção estável de um casal. 'A injeção de oxitocina em ratos mostrou que eles ficaram por mais tempo juntos à prole, depois do nascimento dos filhotes. Em geral, os machos abandonam a família.'
Contudo, Santos explica que não se pode afirmar que quem se abraça mais será mais fiel. A ação do hormônio gera, entretanto, um impulso e um desejo de cuidar. Assim, para quem abraça ou para quem é abraçado, a afetividade aumenta e traz bem-estar. A psiquiatra Kathleen Keating, que escreveu o livro A Terapia do Abraço, diz que a sociedade atual está sofrendo de solidão. "A tecnologia moderna é importante, mas todo ser humano precisa de carinho físico." Intuitivamente o abraço remete ao período em que se é bebê, diz Santos, e os adultos perderam o costume de abraçar.
"Geralmente é um ligeiro tapinha nas costas." Para algumas pessoas, admitir que precisam de carinho é sinal de fraqueza e dependência, especialmente para os homens, aponta Kathleen. 'Por outro lado, existe algo poderoso em nossos braços, mãos e dedos que faz alguém se sentir amado e cuidado com um simples abraço', diz.
Segundo ela, 5 milhões de transmissões nervosas são responsáveis pelas diferentes sensações do toque. "No contato, específicas terminações nervosas são ativadas e enviam a mensagem ao longo da espinha dorsal até o cérebro." Kathleen diz que existem muitos estudos sobre os benefícios do contato físico, mas que provar que ele é essencial, poderoso e capaz de curar é como argumentar que respirar faz bem. 'Há muita coisa no fenômeno do toque que não pode ser medida.'"

(http://www.freehugsbr.com/?pagina=artigo)

Então aproveitem esta dica e abracem bastante!!!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Suicídio.

O que Santos Dumont, Adolf Hitler, Judas, Nero, Kurt Cobain e Getúlio Vargas possuem em comum nas suas histórias?!
Se você respondeu o suicídio, parabéns !!! Afinal, o título deste post já indica claramente o assunto. Assunto que é tabu e também é cercado de complexidade e afins filisóficos.
Na religião encontramos definições espirituais para tal ato, e na ciência através da psiquiatria e psicologia, afirmarão como resultante de uma patologia. Na filosofia, encontraremos a dúvida e a falta de respostas, já que um leque de colocações serão feitos. Mas o problema está aí e batendo a nossa porta!!!
Por várias vezes ouvi que um suicida é uma pessoa sem Deus ou sem amor, o que daria um grande problema para os ateus. A religião em si, pode sim influenciar no famoso livre arbítrio humano. Basta ver os fatos recentes, homens bombas e etc. Mas em menos de um ano, me deparei com dois casos distintos de pessoas que tiraram as suas vidas de forma "absurda", absurda para os padrões de vida propostos pela igreja. Um foi um pastor, pai de 3 filhos e o outro um jovem seminarista. Foram mortes que abalaram os seus parentes. Nada esperado, e nada diagnosticado.
Vejam um texto sobre o tema:
Suicídio (do latim sui caedere), termo criado por Desfontaines, matar-se, é um ato que consiste em pôr fim intencionalmente à própria vida.

Define-se suicídio como a atitude individual de extinguir a própria vida, podendo ser causada entre outros factores por um elevado grau de sofrimento, que tanto pode ser verdadeiro ou ter sua origem em algum transtorno afetivo, transtorno psiquiátrico como a psicose aguda (quando o indivíduo sai da realidade, porém não o percebe) ou a depressão delirante. Em todos os três casos, a probabilidade de atitude tão extrema é consideravelmente potencializada se houver uso continuado de drogas e de bebidas alcoólicas. O suicida pode, ou não, deixar uma nota de suicídio.
Um amplo espectro da sociedade trata o assunto sob o véu do tabu, ou seja: um tema sobre o qual devem-se evitar maiores aprofundamentos teóricos ou acaloradas discussões. No entanto, o suicídio pode ser considerado um problema de saúde pública, na medida que em países onde a estatística é utilizada como ferramenta no auxílio de melhor visualização da realidade social, como nos Estados Unidos, são elevados os índices de mortes por suicídio e muito maiores os números referentes às tentativas infrutíferas.

As reações ao suicídio variam de cultura para cultura. O ato é considerado um pecado em muitas religiões, e um crime em algumas legislações. Agostinho de Hipona (354-430) assumiu um posicionamento segundo o qual cristãos não podem cometer suicídio, pois compreendia que o mandamento ‘Não matarás’ (Êxodo 20.13) proíbe matar a nós mesmos. Por outro lado, algumas culturas vêem tal ato como uma maneira honrosa de escapar a situações vergonhosas ou desesperadoras, como no caso do seppuku japonês geralmente usado para limpar o nome da familia na sociedade. As pessoas que tentam o suicídio, com ou sem sucesso, deixam geralmente um bilhete para explicar tal ato, o que comprova que o suicídio é, de uma maneira geral, um ato premeditado. Suas causas psíquicas ainda permanecem desconhecidas, mas está associado principalmente a quadros depressivos.

Há uma frase célebre sobre o tema do filósofo Albert Camus: "O suicídio é a grande questão filosófica de nosso tempo, decidir se a vida merece ou não ser vivida é responder à uma pergunta fundamental da filosofia"

No mundo, 815 000 pessoas cometeram suicídio no ano 2000, o que perfaz 14,5 mortes por 100 000 habitantes (uma morte a cada 40 segundos) - fonte, (PDF), em francês.
Países do Leste Europeu são os recordistas em média de suicídio por 100.000 habitantes. A Lituânia (41,9), Estônia (40,1), Rússia (37,6), Letônia (33,9) e Hungria (32,9). Guatemala, Filipinas e Albânia estão no lado oposto, com a menor taxa, variando entre 0,5 e 2. Os demais estão na faixa de 10 a 16.
Em números absolutos, porém, a China lidera as estatísticas. Foram 195 mil suicídios no ano de 2000, seguido pela Índia com 87 mil, a Rússia com 52,5 mil, os Estados Unidos com 31 mil, o Japão com 20 mil e a Alemanha com 12,5 mil. O suicídio é cometido mais freqüentemente pelos homens do que pelas mulheres. Na realidade, o número de tentativas com sucesso é maior nos homens do que nas mulheres, sem dúvida porque os homens escolhem, geralmente, métodos mais violentos (enforcamento ou revólver contra intoxicação por medicamentos para as mulheres).
Com relação à idade, se os jovens são particularmente vítimas deste problema, o número de suicídios é ainda mais importante com uma idade mais elevada, tendo a curva de suicídios masculinos a forma de um n, com um pico próximo aos 50-60 anos.
O suicídio afeta todo mundo, sem distinção de "classe". Acredita-se que o meio cultural influencie as taxas de suicídio. Altos níveis de coesão social e nacional reduzem as taxas de suicídio. Essas são mais elevadas junto às pessoas aposentadas, desempregadas, divorciadas, sem filhos, urbanas, vivendo sozinhas. As taxas aumentam nos períodos de incerteza econômica (apesar de a pobreza não ser uma causa direta). A maior parte dos suicidas sofrem de desordens psicológicas. A depressão é uma das causas mais freqüentes. As doenças psíquicas graves ou doenças crônicas podem também ser causa de suicídios.

Do ponto de vista do indivíduo, o suicídio é raramente percebido como um fim. Ele é, ao contrário, considerado como a única alternativa possível para escapar de uma situação considerada insuportável. Outros motivos existem: encontrar uma pessoa querida falecida, sofrimento por remorsos, etc.
Finalmente, a taxa de suicídios é também influenciada pela cobertura da mídia em torno do suicídio de pessoas célebres. Mesmo o suicídio fictício de um personagem de um drama popular pode conduzir a uma alta temporária da taxa de suicídios (como aconteceu com a publicação de Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe).
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Suic%C3%ADdio)

Considera-se a depressão como uma das causas mais freqüentes do suicídio, podendo instalar-se de forma secundária, advinda de várias condições médicas ou dos mais diversos eventos morais.
O suicídio, além de constituir uma perda irrecuperável para a própria pessoa - a perda da vida, suscita no outro diferentes formas de reação - que vão desde a abominação do ato até o seu incentivo com fins ideológicos e/ou religiosos. Suscita também, e principalmente, na sociedade ocidental, a perplexidade - podendo gerar vários sentimentos, entre os quais a culpa, a vergonha, o sentimento de perda e de impotência de mais nada se poder fazer frente à pessoa que se foi.
Dadas as considerações preliminares sobre o suicídio, reporto-me agora ao ano de 1910, ao 1º simpósio sobre o suicídio presidido pelo criador da Psicanálise, Sigmund Freud, quando o mesmo tinha então 54 anos. Nesse simpósio, Freud tratou pela primeira vez do suicídio e assim falou:
"Como é possível que o extraordinariamente poderoso instinto de vida seja vencido?" Freud assim complementou: "podemos apenas tomar como ponto de partida a condição da melancolia tão familiar na clínica". E eu complemento, tão familiar nos dias de hoje, conhecida como depressão, sobre a qual me referi por ser a maior responsável pela incidência do suicído por instalar-se em várias condições humanas em conformidade com Kaplan, Saddock e Grebb (1997). A depressão, tão falada nos dias de hoje tanto pelos profissionais da saúde física ou mental como também pela população leiga, ainda não é bem compreendida, sendo seus conceitos os mais variados e os seus sintomas muitas vezes restritos à tristeza e ao desânimo comuns mas que podem ganhar dimensões - as mais avassaladoras de comprometimento tanto psíquico quanto físico.

Freud no simpósio de 1910 abordou a melancolia como um estado psíquico que poderia estar presente no suicído e, sem falar diretamente do narcisismo, assim colocou-se:
"... queriamos averiguar antes de mais nada como é possível que seja superada a poderosíssima pulsão de vida; queríamos averiguar se isto é possível pelo simples efeito do despojamento da libido ou se existe também renúncia do ego à sua autoconservação emanada por motivos puramente egóicos" .

Ler devia ser proibido.

"A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.
Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.

Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.

O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observe as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.

Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.
Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.

Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano."


In: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. pp.71-3.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Tropa de Elite

Não sei nos outros estados, mas aqui no Rio esse filme está dando o que falar. Editor sendo preso por fazer cópias piratas, camelôs vendendo filmes como há muito tempo não vendiam, Diretor acusando jornalistas de divulgarem o conteúdo baseado nas cópias piratas, uma série de suítes nos principais jornais e até ameaça por parte do BOPE de recorrer à justiça para impedir a exibição nos cinemas.A minha avaliação é a seguinte: estão todos chorando sem motivo! Quem perdeu com tudo isso? Ninguém. Estão todos no lucro, exceto o cara preso, é claro.Conversando com amigos que já assistiram ao filme, 90% afirma que vai assistir no cinema também. Alguns por acharem que a cópia pirata não está concluída, e que novas cenas serão acrescentadas. Outros por acharem que as imagens no cinema valerão o ingresso. Tá chorando por que, Diretor?Os jornais, principalmente os mais populares, têm pauta que não acaba mais sobre a película. É o desabafo do Diretor, vida pessoal dos atores, bastidores...

O BOPE quer impedir a exibição nos cinemas. Alegam que o filme passa uma imagem muito forte do Batalhão de Elite da PM. No filme (não que eu tenha visto, mas me contaram...), os policiais usam torturas para obterem informações, fazem o julgamento e a execução lá mesmo nas favelas, além de ter uma postura mais dura com os "civis", principalmente os "playboys" usuários de drogas.Pra eles, eu só digo uma coisa: podem continuar, não estamos reclamando! Quer torturar vagabundo? Continuem. Querem executar traficantes? Sintam-se a vontade. Querem esculachar os playboys? Façam bom proveito. A imagem do BOPE não foi arranhada, pelo contrário.

Pela primeira vez na história, o BOPE desfilou no 7 de Setembro e foram MUITO aplaudidos pelos presentes. A imagem da corporação nunca esteve tão boa. O Caveirão virou atração turística, todos querem uma foto ao lado do blindado.Portanto, não reclamem. Deixem o filme quieto nos cinemas. Graças ao filme, hoje em dia o BOPE é cool. O BOPE é pop.

FONTE:

http://www.esculhambacao.com.br/

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Simplesmente, o melhor filme que vi este ano. E com certeza, estarei no cinema prestigiando essa obra de arte produzida aqui no Brasil. Quanto a repercussão do Bope ou da Pm, não vi novidade nenhuma ali. E em relação a valores éticos, morais e até mesmo religiosos, é tudo fato para ser discutido!!!

Assim seja...

domingo, 9 de setembro de 2007

Gordinho, simpático e pop.


"Dono de uma das mais consagradas vozes da música mundial, Pavarotti emocionou milhares de fãs em suas apresentações pelo mundo."

Embora atrasado na homenagem, ainda posso render algum tributo a esta personalidade da música. Vamos então considera-lo como o ídolo pop da música erudita. Mas era impressionante a forma com que ele se relacionava com as pessoas, sempre com um sorriso escancarado no rosto, e uma educação incomum no meio (isso porque o gênero musical dele, traz um pouco de prepotência e arrogância em alguns casos).

Poderia agora recitar algum poema, ou simplesmente citar algum pensamento para a justa homenagem. Mas até nisso, estou travado. Ainda meio perdido com o fato. Mesmo que sua morte fosse esperada. Nunca teria sido desejada. Então aproveito para deixar algo que ele mesmo colaborou, uma canção que Deus deu ao Bono através da insistência do saudoso Pavarotti.


U2 - Miss Sarajevo - Pavarotti e friends

Existe uma época para ficar distante
Uma época para inverter seu olhar
Existe uma época para baixar a cabeça
Para ir em frente com seu dia

Existe uma época para usar batom e maquiagem
Uma época para cortar o cabelo
Existe uma época para compras na avenida
Para encontrar o vestido certo para se usar

Lá vem ela
Os olhares se invertem
Lá vem ela
Para receber a coroa

Existe uma época para correr para os abrigos
Uma época para beijos e confissões
Existe uma época para cores diferentes
Nomes diferentes, você sente dificuldade em
soletrá-los

Existe uma época para primeira comunhão
Uma época para o EAST 17
Existe uma época para admirar Meca
Existe uma época para ser uma bela rainha

Lá vem ela
A mais bela recebendo a coroa
Lá vem ela
Surreal em sua coroa

(Pavarotti)
Você diz que o rio
Encontra seu caminho para o mar
E assim como o rio
Você virá para mim
Além das fronteiras
E dos desertos
Você diz que, como o rio
Semelhante ao rio
O amor virá
Amor
E eu não consigo mais rezar de forma alguma
E eu não consigo mais acreditar no amor de forma
alguma
E eu não consigo mais esperar pelo amor de forma
alguma

(Bono)
Existe uma época para usar fitas de amarrar cabelo
Uma época para árvores de Natal
Existe uma época para arrumar a mesa
Quando a noite está bastante fria

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Sem mais o que falar...

domingo, 2 de setembro de 2007

Bono discursando na Vertigo Tour e NAACP.

" ...Quando eu era garoto minha primeira impressão dos Estados Unidos,foi a de um homem andando na lua.Foi Neil Armstrong em 1969...

Eu pensei:"Os americanos são malucos.Eles são doidos".Mas pensei:"O que este país faz...O que eles fazem,quando se determinam,é incrível."

Acho que foi John F. Kennedy,que disse,em 1963:"No fim da década,vamos por um homem na lua."Bem...Não é só porque estava na cabeça de todos,mas porque era a coisa certa a ser feita.

É o que estamos pedindo agora ao presidente Bush,ao ministro Blair e os outros lideres mundiais.Estamos pedindo a eles que façam algo extraordinário.Não pôr um homem na lua,e sim pôr a humanidade toda de volta na Terra.

Temos a tecnologia,os recursos para acabar com a pobreza extrema se tivermos determinação.E eu acredito que temos determinação.

Outros tem o movimento dos direitos civis,o fim do apartheld,outros falavam d cortina de ferro.Isso tem a ver com essa geração é o que depende de nós.É o homem que nós pusemos na lua.Acabaremos com a pobreza extrema,vamos fazer da pobreza coisa do passado.É o que nos cabe fazer.E eu acredito que não é uma aventura impossível.

Acredito, que em 50 anos,lembrarei desse momento e direi que houve pessoas em certa época,que disseram:Não é normal crianças morrerem pela falta de uma simples vacina ou crianças morrerem pela falta de comida,no século 21.Isso já não é admissível.

Sei que vocês sabem disso,mas quero q vocês digam isso ao presidente Bush ao ministro Blair e a todos os políticos que virem.É fácil fazer.Basta pegarem o telefone celular.Alguém aqui tem telefone celular?

Vocês podem se encrencar muito com um telefone celular, vejam só. Celulares...Aparelhos muito perigosos.Então estamos procurando um milhão de americanos q c unam a campanha.

Não quero o dinheiro de vocês... e sim a voz de vocês..."

(Vertigo Tour 2005 - Chicago, discurso do Bono antes da música "One")

BONO FAZ DISCURSO EMOCIONADO NA NAACP.

   No auge de toda efervescência na corrida das campanhas humanitárias. Bono, foi agraciado com o prêmio anual da NAACP (uma associação engajada na promoção do povo negro nos Estados Unidos). A homenagem começou com uma espécie de tributo da banda The Roots, executando uma versão de "pride" juntamente com "sunday bloody sunday". Em seguida, o telão anunciaria a trajetória da ONE Campaign, liderada por Bono e todo o seu engajamento.

   Em um paralelo ao senso crítico de um mundo religioso e capitalista. Bono, destilou palavras de esperança, fé e reconhecimento através da história, conquistando a platéia que o aplaudiu de pé.

  Típico de quem conhece com propriedade. A comparação certeira do Bono, foi ao encontro de certa forma, do que ele mais acredita...o "desapego" material e a evolução espiritual do ser humano. Constratando com sua base ideológica de grandes líderes como Jesus e Ghandi, que destinaram suas vidas ao comprometimento com às causas sociais, principalmente a pobreza, que assola os mais necessitados, através da ganância desenfreada de uma geração eterna de egoístas. De fato, é como se o mesmo (Bono), estivesse descrevendo o marásmo que muitos "religiosos" europeus passam. Onde, por possuirem "tudo" ou quase tudo, se desapegam de sua fé. Aí, a experiência e a comparação entram em cena, e Bono coloca como figura central o abismo que é, de quem padece e de quem vira as costas. Traçando um caminho onde realmente Deus estaria, se era na angústia do sofrimento de quem não tem um teto, ou na soberba de quem tem e ignora o mundo ao seu redor.

Via: mr. Pavarini, por Whaner Endo da W4 editora.

Veja na íntegra o discurso:

"… Quando as pessoas falam da grandeza da América, eu sempre penso na NAACP…
Veja, eu cresci na Irlanda, e naquela época a Irlanda estava dividida por uma linha religiosa, linhas sectárias. Jovens como eu eram desafiados pela visão derramada dos púlpitos da américa negra. E pela visão de um reverendo negro de Atlanta – um homem que se recusou a se entregar ao odio por que ele sabia que o amor faria

um trabalho muito melhor. (aplausos) Essas idéias viajam, vocês sabiam? E elas me atingiram, claras como uma nota musical, e se alojaram na minha cabeça como uma música. Eu não pude arrancá-la. E esta é a Irlanda dos anos 70, onde eu cresci. Pessoas como eu olharam através do oceano para a NAACP, e aqui estou eu, hoje, e isso é maravilhoso. E muito, muito bom! (aplausos). 

Bom, hoje, o mundo está olhando novamente para a NAACP. Nós precisamos da comunidade que ensinou ao mundo o que eram os direitos civis para nos ensinar, agora algo sobre os direitos humanos. Eu estou falando dos direitos de se viver como ser humano. O direito de se ter uma vida, ponto final. Estes são os desafios na Africa atual. Cinco mil e quinhentas pessoas morrem todos os dias de Aids, uma doença que pode ser prevenida e tratada. Aproximadamente um milhão de africanos, a maioria crianças morrem a cada ano de malária: morte por uma picada de mosquito…

E, não estamos falando de caridade, como vocês sabem. Estamos falando de justiça. É sobre justiça e igualdade. (aplausos). Agora, eu sei que os Estados Unidos ainda não resolveu todos os seus problemas, e eu sei que a Aids também está matando milhares de pessoas aqui nos EUA. E eu sei que os que mais sofrem são os afro-americanos, principalmente as jovens. Hoje, numa igreja em Oakland, eu vi algumas pessoas maravilhosas. Essa leoa, Barbara Lee (aplausos) deu uma volta comigo, junto com seu pastor, J.Alfred Smith, e posso lhe dizer que foi a poesia e a fome de justiça da igreja negra foi uma grande inspiração para mim, um irlandes branco, quase rosa que cresceu em Dublin. 

Esta é a verdadeira religião que não nos deixa dormir no conforto da nossa liberdade. “Ame seu próximo” não é apenas um conselho, e sim um mandamento. (aplausos e assobios). E isso significa muito. Significa que na aldeia global, teremos que começar a amar muito mais pessoas. Isto é o que isso significa. E é verdade, o Amor está vencendo. Dois milhões de americanos aderiram a One Campaign para acabar de uma vez com a pobreza e, hoje a NAACP está se comprometendo a trabalhar conosco. E você também pode. É verdade, o amor está vencendo! Porque onde você mora não deve ser a razão para dizer se você irá viver ou morrer. 

E, àqueles nas Igrejas que continuam sentados, decidindo sobre a emergência ou não de se lutar contra a Aids, deixe-me falar do pulpito por alguns momentos. Por que, qualquer que seja a nossa idéia sobre quem é Deus, ou mesmo se ele existe, a maioria vai concordar que Deus tem um lugar especial para os pobres. 

Os pobres estão onde Deus está. Deus está nas favelas, nas caixas de papelão utilizadas como casas. Deus está onde a esperança já se foi e as vidas está arrasadas. (aplausos em pé) Deus está com as mães que está infectou sua criança com um virus que irá ceifar ambas as vidas. Deus está no choro da destruição que ouvimos nos tempos de guerra. Deus, meus amigos, está com os pobres, e Deus está conosco se nós estivermos com eles. 

Isto não é um fardo – isto é uma aventura! E não deixe ninguém dizer a você que isso não pode ser feito. Nós podemos ser a geração que acabou com a extrema pobreza! Obrigado!"

I HAVE A DREAM

      "Há mais de cem anos, um grande Americano, cuja simbólica sombra nos cobre, assinou a Proclamação da Independência. Este decreto foi como um farol de esperança para milhões de escravos negros, tocados pelas chamas da injustiça. Foi como um alegre raiar do dia no final de uma longa noite de cativeiro. Mas cem anos mais tarde temos de encarar o facto de que o Negro ainda não é livre.

    Cem anos mais tarde, a vida do Negro ainda está tristemente entrevada pelas amarras da segregação e pelas correntes da discriminação. Cem anos mais tarde, o Negro vive numa triste ilha de pobreza, no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o Negro ainda definha nas margens da sociedade americana e encontra o exílio na sua própria terra.

     Por isso viemos aqui hoje para mostrar o dramatismo de uma situação chocante. Num dado sentido, podemos dizer que viemos descontar um cheque à capital da nossa nação. Quando os arquitectos da nossa república escreveram as maravilhosas palavras da Constituição e da Declaração da Independência, estavam a assinar uma promissória que obriga todo o americano.

     Esta promissória era a promessa de que a todos os homens seriam garantidos os direitos inalienáveis da vida, da liberdade e da busca da felicidade. É óbvio que hoje a América falhou no cumprimento dessa promissória no que diz respeito aos seus cidadãos de cor. Em vez de honrar essa obrigação sagrada, a América deu ao povo Negro um cheque sem cobertura, que foi devolvido com a indicação de "não ter fundos suficientes". Mas recusamo-nos a acreditar que o banco da justiça esteja na bancarrota. Recusamo-nos a acreditar que não há fundos suficientes nos grandes cofres da oportunidade desta nação.

    Por isso viemos descontar este cheque - um cheque que nos dará as riquezas da liberdade e a segurança da justiça. Também viemos a este local sagrado para recordar a América da urgência do agora. Não é tempo para aceitar o luxo do esmorecer ou de tomar a droga tranquilizante do gradual. Agora é o tempo de nos erguermos do vale escuro e desolado da segregação para o caminho iluminado da justiça racial. Agora é o tempo de abrir as portas da oportunidade a todos os filhos de Deus. Agora é o tempo de libertar a nossa nação das areias movediças da injustiça racial e alcançar as rochas sólidas de fraternidade.

    Seria fatal para a nação ignorar a urgência do momento e subestimar a determinação do Negro. Este Verão abrasador do descontentamento legítimo do Negro não passará até chegar o Outono revigorante da liberdade e da igualdade. 1963 não é um fim, mas um princípio. Aos que esperam que ao Negro bastasse descomprimir e que agora se irá contentar espera-os um rude acordar, se a nação regressar às tarefas do dia-a-dia. Não haverá descanso ou tranquilidade na América até que ao Negro sejam garantidos os seus direitos de cidadania.

    Os turbilhões da revolta continuaram a abalar as fundações da nação até que nasça o dia claro da justiça. Mas há algo que tenho de dizer ao meu povo que está no morno limiar da porta que leva ao palácio da justiça. No processo de alcançarmos o lugar que nos é devido, não podemos ser culpados de actos errados. Não procuremos saciar a nossa sede de liberdade bebendo da taça da amargura e do ódio.

    Temos de conduzir sempre a nossa luta no plano elevado da dignidade e da disciplina. Não podemos deixar que a criatividade do nosso protesto degenere em violência física. Uma e outra vez temos de nos levantar às alturas em que a força da alma combate a força física.

    Esta maravilhosa nova militância que envolveu a comunidade Negra não nos pode levar à desconfiança de todos os brancos, pois muitos dos nossos irmãos brancos, como se pode ver pela sua presença aqui, hoje, já se aperceberam de que o seu destino está ligado ao nosso destino e que a sua liberdade está inextricavelmente ligada à nossa liberdade.

    Não podemos caminhar sozinhos. E ao caminharmos, temos de fazer o juramento de caminharmos para a frente. Não podemos voltar atrás. Há os que perguntam aos lutadores pelos direitos civis: "Quando é que estarão satisfeitos?", nunca poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados com o esforço da caminhada, não possam alojar-se nos motéis das estradas e nos hotéis das cidades. Não podemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade básica do Negro for ir de um ghetto pequeno para um maior.

    Nunca poderemos estar satisfeitos enquanto um Negro do Mississippi não puder votar e um Negro de Nova Iorque acreditar que não tem em quem votar. Não, não estamos satisfeitos, e não estaremos satisfeitos enquanto a justiça não correr como a água e a integridade não correr como um poderoso rio.

    Não ignoro que muitos de vós vieram aqui com grandes dificuldades e tribulações. Alguns de vós acabaram de sair de celas estreitas. Alguns de vós vieram de locais onde a vossa busca pela liberdade vos deixou abatidos pelas tempestades das perseguições e arrasados pelos ventos da brutalidade policial. Vós fostes os veteranos do sofrimento criativo. Continuai a trabalhar com a fé de que o sofrimento injusto é redentor.

    Voltai para o Mississípi, voltai para o Alabama, voltai para a Geórgia, voltai para o Louisiana, voltai para os ghettos e os pardieiros das nossas cidades do Norte, sabendo que, de algum modo, esta situação pode mudar e mudará. Não entremos no vale do desespero. Digo-vos hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do momento, eu ainda tenho um sonho. É um sonho que tem raízes fundas no sonho americano.

    Eu tenho um sonho que um dia esta nação se erguerá e viverá a verdadeira altura do seu credo: "Cremos que estas verdades são evidentes: todos os homens são iguais".Eu tenho um sonho que um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos donos de escravos se sentarão juntos numa mesa de fraternidade.Eu tenho um sonho que um dia, mesmo o Estado do Mississípi, um Estado-deserto, queimado pelo calor da injustiça e da opressão, se transformará num oásis de liberdade e justiça.Eu tenho um sonho que um dia os meus quatro filhos viverão numa nação onde não serão julgado pela cor da sua pele, mas pela força do seu carácter.Eu hoje tenho um sonho.Eu tenho um sonho que um dia, o Estado do Alabama, onde os lábios do governador deixam presentemente pingar as palavras da interposição e da anulação, se transformará numa situação em que os rapazinhos e as raparigas negras poderão dar as mãos a rapazinhos e raparigas brancas, e caminharão juntos como irmãos.Eu hoje tenho um sonho.Eu tenho um sonho que um dia cada vale se elevará e cada colina e montanha se aplanará, os locais agrestes serão alisados e os locais tortuosos serão endireitados, e a glória do Senhor se revelará, e todos o verão.Esta é a nossa esperança.Esta é a fé com que regressarei ao Sul.Com esta fé transformaremos a montanha do desespero numa pedra de esperança.Com esta fé transformaremos o desafinar de uma nação numa bela sinfonia de fraternidade.Com esta fé poderemos trabalhar juntos, orar juntos, lutar juntos, ser presos juntos, erguer-nos pela liberdade juntos, sabendo que um dia seremos livres.

    Esse será o dia em que todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado: "Meu país, é tua, doce terra da liberdade, eu te canto. Terra onde os meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos, que, de cada lado da montanha, ecoe a liberdade". E se a América tiver de ser uma grande nação, isto terá de se tornar verdade. Por isso, que a liberdade ecoe do alto cume das colinas de New Hampshire.Que a liberdade ecoe das poderosas montanhas de Nova Iorque.Que a liberdade ecoe das montanhas Alleghenies, da Pensilvânia!Que a liberdade ecoe das Rockies, as montanhas nevadas do Colorado!Que a liberdade ecoe dos picos da Califórnia!Mas não basta: que a liberdade ecoe da Stone Mountain da Geórgia!Que a liberdade ecoe da Lookout Mountain, do Tennessee!Que a liberdade ecoe de cada colina e cada elevação do Mississípi.Que, de cada lado da montanha, ecoe a liberdade.

    Quando deixamos ecoar a liberdade, quando a deixamos ecoar de cada vila e de cada aldeia, de cada Estado e de cada cidade, apressamos o dia em que todos os filhos de Deus, homens negros e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, darão as mãos e cantarão o antigo espiritual negro: "Finalmente livres! Finalmente livres! Obrigado, Deus Todo Poderoso, somos finalmente livres!".

Martin Luther King, Discurso proferido nos degraus do Lincoln Memorial, em Washington D.C., a 28 de Agosto de 1963

Declaração Universal dos Direitos Humanos

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

CONSIDERANDO que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da familia humana e seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, CONSIDERANDO que o desprezo e o desrespeito pelos direitos do homem resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade, e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade,CONSIDERANDO ser essencial que os direitos do homem sejam protegidos pelo império da lei, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão, CONSIDERANDO ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, CONSIDERANDO que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos do homem e da mulher, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, CONSIDERANDO que os Estados Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do homem e a observância desses direitos e liberdades, CONSIDERANDO que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,

A Assembléia Geral das Nações Unidas proclama a presente "Declaração Universal dos Direitos do Homem" como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo 1
Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Artigo 2
I) Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.II) Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
Artigo 3
Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos estão proibidos em todas as suas formas.
Artigo 5
Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Artigo 6
Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.
Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos tem direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8
Todo o homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10
Todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo 11
I) Todo o homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias a sua defesa.II) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituiam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo 12
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques a sua honra e reputação. Todo o homem tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo 13
I) Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.II) Todo o homem tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
Artigo 14
I) Todo o homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.II) Este direito não pode ser invocado em casos de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 15
I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade.II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo 16
I) Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, tem o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.II) O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.III) A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.
Artigo 17
I) Todo o homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo 18
Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observâcia, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
Artigo 19
Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras.
Artigo 20
I) Todo o homem tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.II) Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21
I) Todo o homem tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.II) Todo o homem tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.III) A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.
Artigo 22
Todo o homem, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indipensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.
Artigo 23
I) Todo o homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.II) Todo o homem, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.III) Todo o homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como a sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.IV) Todo o homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses.
Artigo 24
Todo o homem tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.
Artigo 25
I) Todo o homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bestar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à seguranca em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda de meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.II) A maternidade e a infância tem direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
Artigo 26
I) Todo o homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnicrofissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.II) A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.III) Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.
Artigo 27
I) Todo o homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de fruir de seus benefícios.II) Todo o homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.
Artigo 28
Todo o homem tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo 29
I) Todo o homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.II) No exercício de seus direitos e liberdades, todo o homem estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.III) Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer direitos e liberdades aqui estabelecidos.