segunda-feira, 20 de abril de 2009

O Tempo que insiste em passar e o Homem que insiste em não viver.

Em busca de um estilo de vida moderno, o homem vem constituindo suas peripécias em torno do sucesso. O tempo não rima com espera, que é lento e intenso. Mas rima com pressa, que é rápido e prático. Fazendo desse falso ditado, a grande mentira deste século.
A vida no passado não é a vida do presente, mas o tempo é o mesmo. O homem é refém de si mesmo, por querer fazer tudo ao mesmo tempo, e por achar que pode comandar todas as estações do ano.
Viver não quer dizer "fazer tudo", viver, poderia traduzir o que podemos conceituar como "ser".
O tempo será amigo daqueles que buscarem a liberdade presente na própria intimidade. Daqueles que não aceitarem as algemas que prendem o ser humano na escravidão do tempo contemporâneo!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Imagina só, um batismo nos mesmos moldes...


Little Rock (EUA) - O pastor de uma igreja na cidade de Little Rock, no Estado americano do Arkansas, optou por não celebrar o culto de Páscoa na igreja. De acordo com o site Today's THV, Shane Montgomery reuniu seus fiéis em um bar da cidade.O objetivo do pastor era atrair mais gente para a pregação.
A igreja de Montgomery é nova na cidade e tem cerca de 30 fiéis. Para o pastor, sua decisão não tem nada demais. Ele acredita que, se não se consegue levar as pessoas à igreja, é preciso levar a igreja até elas.
Apesar de algumas reações negativas, o pastor disse que já estava preparado e garantiu que esta não deve ser a única data celebrada fora da igreja. De acordo com o diário IOL, Montgomery pretende pregar para fiéis em bares nos dias das Mães e dos Pais.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O Último Romance - Los Hermanos


É bobinho? Eu sei!
Romântico? Sim, sim...

Não resisti a criatividade de uma pessoa apaixonada! Vale a pena conferir!!!

:D

sexta-feira, 3 de abril de 2009

"Para Boddah"


"Falando como um simplório experiente que obviamente preferiria ser um efeminado, infantil e chorão. Este bilhete deve ser fácil de entender.

Todas as advertências dadas nas aulas de punk rock ao longo dos anos, desde minha primeira introdução a, digamos assim, ética envolvendo independência e o abraçar de sua comunidade, provaram ser verdadeiras. Há muitos anos eu não venho sentindo excitação ao ouvir ou fazer música, bem como ler e escrever. Minha culpa por isso é indescritível em palavras. Por exemplo, quando estou atrás do palco, as luzes se apagam e o ruído ensandecido da multidão começa, nada me afetava do jeito que afetava Freddie Mercury, que costumava amar, deliciar com o amor e adoração da multidão – o que é uma coisa que totalmente admiro e invejo. O fato é que não consigo enganar vocês, nenhum de vocês. Simplesmente não é justo para vocês e para mim. O pior crime que posso imaginar seria enganar as pessoas sendo falso e fingindo que estou me divertindo 100 por cento. Às vezes acho que eu deveria acionar um despertador antes de entrar no palco. Tentei tudo que está em meus poderes para gostar disso (e eu gosto, Deus, acreditem-me, eu gosto, mas não o suficiente). Me agrada o fato de que eu e nós atingimos e divertimos uma porção de gente. Devo ser um daqueles narcisistas que só dão valor às coisas depois que elas se vão. Eu sou sensível demais. Preciso ficar um pouco dormente para ter de volta o entusiasmo que eu tinha quando criança. Em nossas últimas três turnês, tive um reconhecimento por parte de todas as pessoas que conheci pessoalmente e dos fãs de nossa música, mas ainda não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que tenho por todos. Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal. O triste, sensível, insatisfeito, pisciano, pequeno homem de Jesus. Por que você simplesmente não aproveita? Eu não sei! Tenho uma esposa que é uma deusa, que transpira ambição e empatia, e uma filha que me lembra demais como eu costumava ser, cheia de amor e alegria, beijando todo mundo que encontra porque todo mundo é bom e não vai fazer mal a ela. Isto me aterroriza a ponto de eu mal conseguir funcionar. Não posso suportar a idéia de Frances se tornando o triste, autodestrutivo e mórbido roqueiro que eu virei. Eu tive muito, muito mesmo, e sou grato por isso, mas desde os sete anos de idade passei a ter ódio de todos os humanos em geral. Apenas porque parece muito fácil se relacionar e ter empatia. Apenas porque eu amo e sinto demais por todas as pessoas, eu acho. Obrigado do fundo de meu nauseado estômago queimando por suas cartas e sua preocupação ao longo dos anos. Eu sou mesmo um bebê errático e triste! Não tenho mais paixão, então lembrem, é melhor queimar do que se apagar aos poucos. Paz, Amor, Empatia.
Frances e Courtney, estarei em seu altar. Por favor, vá em frente, Courtney, por Frances. Pela vida dela, que vai ser tão mais feliz sem mim.EU TE AMO, EU TE AMO!"

KURT COBAIN (no dia 5 de abril de 1994, Kurt foi achado morto em casa)

"...saio da vida para entrar na História."



"Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder. Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História."
Getúlio Vargas - 24/08/1954

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Igby Goes Down!



A Estranha Família de Igby(Igby Goes Down, EUA, 2002)
É uma pena que poucos tenham visto lá fora este filme, que ficou esquecido nas premiações e chega com pouco prestigio e marketing. Mas é uma fita inteligente, esplendidamente interpretada, divertida, safada mas também trágica e difícil. Feito por um diretor novo que eu desconhecia, o filmeconta a história de um rico e rebelde adolescente nova-iroquino de 17 anos (interpretado pelo ótimo irmão de Macaulay Culkin, Kieran, que convence inteiramente).
Igby tem um pai doente internado num sanatório de loucos (Bill Pullman), um irmão mais velho de quem não gosta (Ryan Philippe, que continua falando com uma batata quente na boca) e uma mãe neurótica e obsessiva (Susan Sarandon, maravilhosa como sempre). Na primeira cena, por sinal, a gente já vê os dois irmãos matando a mãe, o que dá para imaginar o que vem depois. O fato é que o ótimo elenco está em superforma, o que inclui Jeff Goldblum (como um milionário sem escrúpulos que tem um caso com a viciada Amanda Peet), Jared Harris (como um artista gay do Soho que ajuda Igby a se tornar traficante de drogas), Claire Danes (como a namoradinha judia que passa de um irmão para outro).
A princípio a fita me pareceu bizarra, mas aos poucos fui me envolvendo na trama e nas situações, de tal maneira que ao final estava vibrando e até chorei um pouco num grande momento de catarse (trágico, mas sem cair no melodrama de televisão; uma pena não poder dizer do que se trata). Enfim, talvez pela falta de expectativa, curti muito o filme. Tentem lhe dar uma chance. É dos mais instigantes e interessantes do cinema independente americano de 2002.
Por Rubens Ewald Filho.
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Pena eu só ter me deparado com essa maravilhosa crítica só agora, eu já tinha assistido esse filme algumas vezes. E me assustei com tamanha concordância com o Rubens Ewald Filho, também fiz essa leitura (não tão técnica) do filme!!!

Paz verde, hipocrisia mundial !

A Ponte Rio-Niterói foi a ponta do iceberg. Segundo Paulina Porto, pesquisadora da Coppe do Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente da UFRJ, a manifestação do Greenpeace na manhã desta quarta-feira prejudicou o trânsito em toda a região leste da Baía de Guanabara, atingindo municípios como São Gonçalo e Maricá.
"Se eles estão fazendo um movimento contra o aquecimento global, deveriam saber que o principal causador é o gás CO2. O anda e para do trânsito faz lançar muito mais combustível, toneladas de poluentes no ar, causando um aumento absurdo de emissão. Isso é um contrasenso sem tamanho", critica a pesquisadora.
A Ong diz que o alerta foi válido para que medidas de combate ao aquecimento do planeta sejam tomadas em reunião sobre a crise financeira que começa nesta quinta-feira na Inglaterra, com líderes dos 20 países mais ricos do mundo. Para isso alpinistas do movimento colocaram um grande painel na ponte com a mensagem em inglês: "Líderes mundiais, o clima e as pessoas em primeiro lugar".
O transtorno causado aos motoristas foi justificado pelo coordenador da campanha da Amazônia no Rio de Janeiro, Paulo Adário, que esteve no local do protesto, e admitiu que a ação é poluidora, mas que 'às vezes é preciso usar o veneno da cobra para combater a cobra', filosofou.
"O objetivo não era parar o trânsito, interrompemos uma das quatro faixas por quinze minutos para dar garantia de segurança para os nossos homens. Em seguida chegou a administração da Ponte com outros carros e aumentou o problema. Os veículos diminuíram a velocidade para observar o protesto. Quando diminiu o fluxo do trânsito aumentam as emissões. Mas gostaria de pedir desculpas em nome do transtorno gerado e agradecer aos motoristas, porque eles foram parceiros involuntários".
Na opinião de Paulina Porto, porém, mesmo que os motoristas tivessem apreço pela causa ambiental, manifestações como essa despertam o sentimento oposto àquele imaginado por seus organizadores. "O protesto poderia ser feito em outro local. Eles afetaram a população que trabalha. Isso é injusto. As pessoas vão odiar a causa. Imagina o povão em pé no ônibus", explica a pesquisadora.
Adário fez uma comparação entre o protesto e o encontro que discutirá soluções para o aquecimento global na Dinamarca no fim do ano. "Mais de 10 mil pessoas vão de avião para a reunião no final do ano em Copenhagen para buscar soluções. Imagina o que eles vão emitir", disse.
A pesquisadora da UFRJ refutou a comparação: "Os líderes mundiais não têm alternativas. Não podem perder a capacidade de mobilidade. Quem foi afetado aqui não é quem vai decidir nada. Só desperta a ira da população trabalhadora, que vai sentir no bolso".
Por Diogo Dantas, Rio de Janeiro.