domingo, 2 de setembro de 2007

Bono discursando na Vertigo Tour e NAACP.

" ...Quando eu era garoto minha primeira impressão dos Estados Unidos,foi a de um homem andando na lua.Foi Neil Armstrong em 1969...

Eu pensei:"Os americanos são malucos.Eles são doidos".Mas pensei:"O que este país faz...O que eles fazem,quando se determinam,é incrível."

Acho que foi John F. Kennedy,que disse,em 1963:"No fim da década,vamos por um homem na lua."Bem...Não é só porque estava na cabeça de todos,mas porque era a coisa certa a ser feita.

É o que estamos pedindo agora ao presidente Bush,ao ministro Blair e os outros lideres mundiais.Estamos pedindo a eles que façam algo extraordinário.Não pôr um homem na lua,e sim pôr a humanidade toda de volta na Terra.

Temos a tecnologia,os recursos para acabar com a pobreza extrema se tivermos determinação.E eu acredito que temos determinação.

Outros tem o movimento dos direitos civis,o fim do apartheld,outros falavam d cortina de ferro.Isso tem a ver com essa geração é o que depende de nós.É o homem que nós pusemos na lua.Acabaremos com a pobreza extrema,vamos fazer da pobreza coisa do passado.É o que nos cabe fazer.E eu acredito que não é uma aventura impossível.

Acredito, que em 50 anos,lembrarei desse momento e direi que houve pessoas em certa época,que disseram:Não é normal crianças morrerem pela falta de uma simples vacina ou crianças morrerem pela falta de comida,no século 21.Isso já não é admissível.

Sei que vocês sabem disso,mas quero q vocês digam isso ao presidente Bush ao ministro Blair e a todos os políticos que virem.É fácil fazer.Basta pegarem o telefone celular.Alguém aqui tem telefone celular?

Vocês podem se encrencar muito com um telefone celular, vejam só. Celulares...Aparelhos muito perigosos.Então estamos procurando um milhão de americanos q c unam a campanha.

Não quero o dinheiro de vocês... e sim a voz de vocês..."

(Vertigo Tour 2005 - Chicago, discurso do Bono antes da música "One")

BONO FAZ DISCURSO EMOCIONADO NA NAACP.

   No auge de toda efervescência na corrida das campanhas humanitárias. Bono, foi agraciado com o prêmio anual da NAACP (uma associação engajada na promoção do povo negro nos Estados Unidos). A homenagem começou com uma espécie de tributo da banda The Roots, executando uma versão de "pride" juntamente com "sunday bloody sunday". Em seguida, o telão anunciaria a trajetória da ONE Campaign, liderada por Bono e todo o seu engajamento.

   Em um paralelo ao senso crítico de um mundo religioso e capitalista. Bono, destilou palavras de esperança, fé e reconhecimento através da história, conquistando a platéia que o aplaudiu de pé.

  Típico de quem conhece com propriedade. A comparação certeira do Bono, foi ao encontro de certa forma, do que ele mais acredita...o "desapego" material e a evolução espiritual do ser humano. Constratando com sua base ideológica de grandes líderes como Jesus e Ghandi, que destinaram suas vidas ao comprometimento com às causas sociais, principalmente a pobreza, que assola os mais necessitados, através da ganância desenfreada de uma geração eterna de egoístas. De fato, é como se o mesmo (Bono), estivesse descrevendo o marásmo que muitos "religiosos" europeus passam. Onde, por possuirem "tudo" ou quase tudo, se desapegam de sua fé. Aí, a experiência e a comparação entram em cena, e Bono coloca como figura central o abismo que é, de quem padece e de quem vira as costas. Traçando um caminho onde realmente Deus estaria, se era na angústia do sofrimento de quem não tem um teto, ou na soberba de quem tem e ignora o mundo ao seu redor.

Via: mr. Pavarini, por Whaner Endo da W4 editora.

Veja na íntegra o discurso:

"… Quando as pessoas falam da grandeza da América, eu sempre penso na NAACP…
Veja, eu cresci na Irlanda, e naquela época a Irlanda estava dividida por uma linha religiosa, linhas sectárias. Jovens como eu eram desafiados pela visão derramada dos púlpitos da américa negra. E pela visão de um reverendo negro de Atlanta – um homem que se recusou a se entregar ao odio por que ele sabia que o amor faria

um trabalho muito melhor. (aplausos) Essas idéias viajam, vocês sabiam? E elas me atingiram, claras como uma nota musical, e se alojaram na minha cabeça como uma música. Eu não pude arrancá-la. E esta é a Irlanda dos anos 70, onde eu cresci. Pessoas como eu olharam através do oceano para a NAACP, e aqui estou eu, hoje, e isso é maravilhoso. E muito, muito bom! (aplausos). 

Bom, hoje, o mundo está olhando novamente para a NAACP. Nós precisamos da comunidade que ensinou ao mundo o que eram os direitos civis para nos ensinar, agora algo sobre os direitos humanos. Eu estou falando dos direitos de se viver como ser humano. O direito de se ter uma vida, ponto final. Estes são os desafios na Africa atual. Cinco mil e quinhentas pessoas morrem todos os dias de Aids, uma doença que pode ser prevenida e tratada. Aproximadamente um milhão de africanos, a maioria crianças morrem a cada ano de malária: morte por uma picada de mosquito…

E, não estamos falando de caridade, como vocês sabem. Estamos falando de justiça. É sobre justiça e igualdade. (aplausos). Agora, eu sei que os Estados Unidos ainda não resolveu todos os seus problemas, e eu sei que a Aids também está matando milhares de pessoas aqui nos EUA. E eu sei que os que mais sofrem são os afro-americanos, principalmente as jovens. Hoje, numa igreja em Oakland, eu vi algumas pessoas maravilhosas. Essa leoa, Barbara Lee (aplausos) deu uma volta comigo, junto com seu pastor, J.Alfred Smith, e posso lhe dizer que foi a poesia e a fome de justiça da igreja negra foi uma grande inspiração para mim, um irlandes branco, quase rosa que cresceu em Dublin. 

Esta é a verdadeira religião que não nos deixa dormir no conforto da nossa liberdade. “Ame seu próximo” não é apenas um conselho, e sim um mandamento. (aplausos e assobios). E isso significa muito. Significa que na aldeia global, teremos que começar a amar muito mais pessoas. Isto é o que isso significa. E é verdade, o Amor está vencendo. Dois milhões de americanos aderiram a One Campaign para acabar de uma vez com a pobreza e, hoje a NAACP está se comprometendo a trabalhar conosco. E você também pode. É verdade, o amor está vencendo! Porque onde você mora não deve ser a razão para dizer se você irá viver ou morrer. 

E, àqueles nas Igrejas que continuam sentados, decidindo sobre a emergência ou não de se lutar contra a Aids, deixe-me falar do pulpito por alguns momentos. Por que, qualquer que seja a nossa idéia sobre quem é Deus, ou mesmo se ele existe, a maioria vai concordar que Deus tem um lugar especial para os pobres. 

Os pobres estão onde Deus está. Deus está nas favelas, nas caixas de papelão utilizadas como casas. Deus está onde a esperança já se foi e as vidas está arrasadas. (aplausos em pé) Deus está com as mães que está infectou sua criança com um virus que irá ceifar ambas as vidas. Deus está no choro da destruição que ouvimos nos tempos de guerra. Deus, meus amigos, está com os pobres, e Deus está conosco se nós estivermos com eles. 

Isto não é um fardo – isto é uma aventura! E não deixe ninguém dizer a você que isso não pode ser feito. Nós podemos ser a geração que acabou com a extrema pobreza! Obrigado!"