terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Chinese Democracy, parte dois!

O ano de 2008 com certeza será lembrado como o ano da redenção do rock. Sem muita novidade no mercado, Chinese Democracy chega as lojas como uma mistura de curiosidade, ceticismo e paixão, elementos necessários para uma boa venda, e a Geffen agradece.
Seria injusto deixar de mencionar as inúmeras críticas que esta criação musical do Axl anda recebendo, no Brasil, os principais meios de comunicação esmagam e tiram sarro. Simplesmente não se conformam com o simples fato, de Axl ter continuado com o Guns N´Roses sem a formação que deu a banda o título de soberana na década de 90. O relacionamento com a imprensa em si, nunca foi tão agradável, redendo até uma música "get in the ring" em "Use your Illusion" onde Axl chama todos para uma briga, inclusive citando o nome de alguns deles.
Este é um álbum que deve ser escutado várias vezes, porque é possível fazer várias leituras ao mesmo tempo. A complexidade se aproxima de qualquer argumentação, porque se houveram inúmeros produtores (que ganharam muito bem) e vários músicos envolvidos, simplesmente, foram os melhores, já que as cifras ultrapassam os 13 milhões de dólares. Unidos aos anos de espera, o cd além de ser o mais caro da história, pode ser considerado o mais esperado também.
Vamos ao track-list do material:
Chinese Democracy- faixa que abre o cd, com bastante similaridade a antiga formação, talvez pudesse ser comparada com os antigos músicos, apesar de seu tom moderno, a agressivade de Axl e guitarras cadenciadas tornam esta canção uma música de adrenalina em apresentações ao vivo.
Shackler´s Revenge- assustadora, mistura um vocal apurado com toques eletrônicos, as vozes de fundo misturadas a uma linha crescente, transformam o refrão melódico, quando de repente a música quebra como no inicio.
Better- talvez a música mais conhecida do álbum, mesmo ele tendo saído agora, esta canção já dominava paradas de sucesso. Better é o retrato do talento e criatividade do Axl, é o ponto onde ele quis chegar e mandar o seu recado, vai da leveza pop ao íngrime rock.
Street of Dreams- primeira balada, não fica devendo nada para tudo que o Guns já produziu, também foi uma música bem recebida e aceita entre os fãs, com um piano fazendo dupla com o vocal de Axl, a música atinge uma postura simpática e triste, mistura de sentimentos e sensações.
If the World- talvez uma das músicas mais difíceis de traduzir, com arranjos sinuosos e enigmáticos, a música também mostra a performace mais recente da voz de Axl, carregando todas as mudanças que o tempo fez questão de acrescentar, fica a curiosidade, de como poderia ser executa ao vivo, de longe, lembra uma adaptação do jazz ao rock.
There Was a Time- uma canção crescente que vai acumulando energias para o refrão, o lado instrumental tem presença notável e se destacam com o tempo e notas combinadas. Seria encarada como uma canção moderna, e possivelmente estaria entre os padrões tão exigidos pela crítica em si.
Catcher in The Rye- enigmática, diferente de tudo que já ouvi e imaginei o Axl fazendo. Foi a música que mais "estranhei" neste álbum, realmente parece que as coisas mudaram no Guns, não que a mesma seja ruim, é apenas "diferente" entre a linha do passado e a própria linha recente. Mas tem grandes chances de conquistar seu espaço em qualquer rádio ou mp3´s por aí.
Scraped- com um inicio ousado, onde Axl faz várias vozes, scraped pode ser encarada como uma música para fazer a galera pular no shows, embora tenha refrão melódicos, o metal parece estar presente nesta música. Vale lembrar, que é mais uma modernidade no cd.
Raid N´The Bedouins- agressiva como "chinese democracy" e quebrada como as outras, pode funcionar ao vivo, é uma das que tem um certo peso, e colocam a expectativa da banda em se apresentar com certa atitude e técnica.
Sorry- com uma perspectiva mais sombria para ser encarada como balada, ela representa o perfil diferente do que Axl pode render, é uma canção crescente, que vai empolgando ao longo dos segundos, e contém elementos até do blues.
I.R.S.- uma canção que daria para imaginar novamente a antiga formação tocando, guitarras sujas e solos compassados. É um dos pontos fortes do cd.
Madagascar- uma das primeiras músicas conhecidas para integrar este material, é uma canção montada, e dividida em momentos diferentes, Axl repete a colagem externa feita em "civil war" e para ter acertado na medida certa. Sem falar, que seu vocal está apuradíssimo empolgando e arrepiando seus admiradores.
This I Love- a balada que conquistou o respeito deste álbum. Ponto mais que alto, uma obra caprichada e detalhada, se levou tanto tempo para sair, valeu a espera. Mais uma vez, o piano e a vontade de Axl cantar, fazem desta música uma balada tradicional que remete aos tempos antigos de "november rain" e cia.
Prostitute- música que fecha todo este ciclo, e tem uma perspectiva pop, que vem sendo por incrível que pareça, elogiada pela crítica. É música certa para estar em trilhas sonoras. Fecha com honra o cd e traduz todo o momento em que Axl esteve envolvido neste projeto.
Definitivamente, "Chinese Democracy" não é um álbum para ser comparado com nada do que o Guns N´Roses já produziu no passado, mesmo tendo algumas músicas que lembram de longe, o que Axl Rose viveu com os amigos do passado, este cd é sem sombras de dúvida, um trabalho para esta geração, com a cabeça de quem viveu em outras épocas, mas que não perdeu a vontade de fazer música.
Axl gastou tempo e dinheiro, entrou em diversos estúdios e esteve ao lado de grandes músicos. Este é um material bem produzido e que simplifica a dúvida que todos tinham, se ele (Axl) era só um bom vocalista que arrumava confusão com o espírito do rock, ou se realmente tinha a sensibilidade musical para ter independência no processo de criação das músicas. E seus antigos companheiros de estrada, assim como todos que acompanham o Guns, podem estar convíctos de que ele tem talento para a música.
Agradando ou não, "Chinese Democracy" é uma obra contemporânea, ousada, mas adaptada ao mercado "nocivo" do mundo moderno. Foi produzido de acordo com as tendências e regras do público e da media, sem deixar de lado, a ideologia e mensagem do rock. Axl, conseguiu estabelecer novamente um padrão (mesmo invejado por muitos), de que quando está em cena, poucos podem superar. Resta esperar, se algum dia, a música poderá ganhar a oportunidade de ver os principais nomes do grupo reunidos novamente, mesmo sendo bem assessorado nos dias atuais.

2 comentários:

Anônimo disse...

vc é jornalista ou pretende ser um? pq vc escreve como tal.

beijokas

Anônimo disse...

já disse isso a ele também! tem cara de jornalista!