domingo, 31 de maio de 2009

Será este mais um fim?

‘Apocalipse’ marcado para 2012

Cresce o número de teorias de que o Planeta vai acabar em três anos, quase sempre sem nenhuma base científica.

Rio- Quem achou que as profecias apocalípticas acabariam na virada do século cometeu um engano do tamanho de uma pirâmide. Uma pirâmide maia, para ser mais exato. O suposto fim de um dos calendários da antiga civilização pré-colombiana, marcado para 21 de dezembro 2012, provocou uma enxurrada de previsões de que o mundo vai acabar daqui a três anos, vistas com descrença por cientistas
O tema inspira livros, filmes, endereços eletrônicos e comunidades em sites de relacionamento. Entre os filmes previstos está uma obra do diretor alemão Roland Emmerich, responsável por ‘O Dia depois de amanhã’, de 2004.

Sites de vários países aproveitam para faturar com a venda de camisetas e até indicam pontos mais seguros do Planeta para se sobreviver a catástrofes que estariam por vir. Fala-se, por exemplo, que em 2012 acontecerá uma inversão súbita dos pólos magnéticos dos planetas, o que, segundo os cientistas, só acontecerá mesmo daqui a milhares de anos. Outra teoria é que a data coincide com um alinhamento do Sol com o centro da Via Láctea — o que para os astrônomos não representa qualquer risco.

O que os “profetas” não dizem é que, segundo historiadores, a data não significava necessariamente que o mundo acabaria nem para os maias. “Um dos calendários maias teria início no ano de 3.114 a.C. Os adeptos da teoria juntam esta informação com outra de que cada idade do mundo duraria cerca de 5.125 anos, fazendo uma correlação polêmica. A onda profética tem pego informações com séculos de diferença para se ancorar na história”, explica o professor do Centro de Estudos Mesoamericanos e Andinos da USP, Eduardo Natalino dos Santos.

Mesmo para quem cisma em acreditar que algo acontecerá em 2012, os estudiosos deixam uma esperança. “Para nós, o tempo é linear, para os povos da mesoamérica, não. Quando se terminava uma era, começava outra”, conta a historiadora Gláucia Monteiro, da UFF, que não dá importância às teorias apocalípticas.

POR JOÃO RICARDO GONÇALVES