terça-feira, 24 de maio de 2011

Paul é carioca!

RIO - Paul McCartney é carioca. E isso quem garantiu foi o próprio, que mais uma vez desfiou suas frases em bom (ou quase) português e emocionou as 45 mil pessoas que lotaram o Estádio Olímpico João Havelange de última hora para ver o derradeiro show do ex-beatle no Rio. Durante pouco mais de 2h30m, o alinhado e engravatado Paul fez o que foi o show mais quente da passagem da "Up and coming tour" pelo Brasil. A perna brasileira da turnê, que começou em Porto Alegre em novembro do ano passado e passou por São Paulo, encerrou mais um capítulo nesta segunda. Há 21 anos sem pisar no Rio (ou "Ri-you", como adorava repetir, para delírio dos fãs), Macca fez mais um show memorável na estreia do Engenhão como palco musical e vai deixar saudades.

Aberto com "Magical mistery tour" - música que não constou do setlist de domingo - às 21h30m em ponto, o show guardou surpresas para aqueles que peregrinaram pelo país atrás do ídolo. "Coming up", de sua carreira solo, e o hit do iê-iê-iê "I saw her standing there" deram as caras pela primeira vez nesta série de cinco shows. Entre uma e outra das 33 músicas de seu vasto repertório - que ia, claro, dos Beatles a sua carreira solo, passando por canções dos Wings e do Fireman, seus outros projetos -, o ex-beatle era só alegria e não parava de soltar seus "demaish", "boa noite", "valeu", "obrigado", "tudo bem?" e "é ótimo estar de volta ao Rio" com um sotaque irreprensível para um visitante tão esporádico. Para a alegria de todos e felicidade geral da nação, Macca até se arriscou a fugir do bem ensaiado (e por vezes repetitivo) script e improvisou, ao piano, uma canção sobre a Cidade Maravilhosa. Fanfarrão como todo bom nativo, afinal. 

O público devolveu a deferência promovendo coros ao final de clássicos como "Got to get you into my life", "Here today" (dedicada a John Lennon), "Something" (uma homenagem a George Harrison), "Day tripper" e "Back in the USSR", emocionando o já escaldado músico inglês, que, aos 68 anos, carrega nas costas mais de cinco décadas de carreira com uma disposição - e uma voz - impressionantes. Ao lado da afiada banda formada por Rusty Anderson (guitarra), Brian Ray (guitarra e baixo), Paul Wickens (teclados e guitarra) e o figuraça Abe Laboriel Jr. (bateria), Macca ainda voltou a seguir o roteiro ao presentear o Rio com as já esperadas "All my loving", "Blackbird", "Band on the run", "Hey Jude" e a pirotécnica "Live and let die", ora em momentos introspectivos, ora em momentos catárticos. E em resposta, o músico mais uma vez rebolou, levantou seu baixo Hofner (uma marca registrada) e fez caras e bocas, esbanjando carisma em comunhão com toda aquela gente. 

Até "Hello, goodbye", canção de abertura do concerto de ontem e excluída do setlist desta noite, teve seu momento no Engenhão na voz dos empolgados fãs. Mais empolgadas ainda estavam Laura, Carolina, Julia e Mariana, as jovens que ganharam a chance de subir ao palco e de abraçar o ídolo. Solícito, Paul recebeu as quatro no palco, abraçou, autografou, terminou o segundo bis com a tríade matadora "Yesterday", "Helter skelter" e "Sgt. Pepper lonely hearts club band" e demorou ao despedir-se mais uma vez do Brasil sob uma chuva de papéis com as cores de nossa bandeira. Que este "adeusinho" seja novamente um "até logo".

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2011/05/24/paul-mccartney-surpreende-publico-em-sua-segunda-ultima-apresentacao-no-rio-de-janeiro-924526725.asp#ixzz1NIUtjFuQ
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Um comentário:

Sabrina Hezman disse...

O show deve ter sido lindo!
O único problema você sabe.